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Quimlab é a empresa do ano em incubadoras pela produção de produtos químicos inéditos no país
Edição Impressa 95 - Janeiro 2004
Pesquisa FAPESP 

Uma pequena empresa, com 17 funcionários, que fatura R$ 1 milhão por ano, fornecendo produtos químicos para empresas como Rhodia, Petrobras, Kodak, Mercedes-Benz, General Motors e Votorantim, além da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Esse é o perfil comercial da Quimlab, empresa instalada na Incubadora Tecnológica da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), de São José dos Campos, que ganhou o prêmio de Empresa Incubada do Ano de 2003, em eleição promovida pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec), entidade que reúne incubadoras e parques tecnológicos no país. 

Por trás desse sucesso está o reconhecimento à inovação de uma empresa que desenvolveu e produz, de forma inédita no país, padrões químicos elaborados sobre critérios metrológicos. São substâncias de uso industrial empregadas para calibração de instrumentos que medem parâmetros como pH, condutividade iônica ou concentração de metais, por exemplo, em análises nas quais se verifica a presença de chumbo ou ferro em um alimento. Nesse último caso, os padrões servem para calibrar os equipamentos que realizam análises por espectrofotometria, ou análise de elementos químicos em um material através da emissão ou absorção de luz. Assim, a Sabesp, por exemplo, usa um produto da Quimlab para verificar a acidez da água. A Petrobras investiga a presença de chumbo e enxofre na gasolina e as montadoras de veículos fazem o controle de qualidade do aço utilizado por elas, verificando, por exemplo, a presença de cobre, zinco ou ferro nas chapas que compram das siderúrgicas. Por sua vez, a Kodak analisa a qualidade das matérias-primas que usa para fabricar filmes de raios X e papel fotográfico. 

"Essa preocupação com a qualidade está presente nas empresas certificadas pela norma ISO 9000, que contempla a necessidade de as medições realizadas no processo produtivo estarem rastreadas a padrões reconhecidos internacionalmente", afirma o químico Nilton Pereira Alves, diretor da Quimlab. A montagem da empresa, mostrada em Pesquisa FAPESP n° 55, iniciada em 1997, exigiu a importação de grande quantidade de padrões químicos do National Institute of Standards and Technology (Nist), referência nessa área em todo o mundo que atua de forma semelhante ao Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro) no Brasil. "Trouxemos os protótipos que serviram para desenvolver e avaliar a nossa produção de acordo com as necessidades da indústria brasileira", diz Alves. 

"Se não fosse o investimento da FAPESP, não teríamos conseguido montar a empresa e nem ganho o prêmio." A Quimlab deve mudar para uma sede definitiva, numa fase pós-incubação, quando estiverem terminadas, no final de 2004, as instalações do Parque Tecnológico Univap. Ao lado da Quimlab, no prêmio da Anprotec, estiveram a Incubadora Municipal de Empresas de Santa Rita do Sapucaí (MG) como a Incubadora de Base Tecnológica do Ano, pelo trabalho realizado nas áreas de tecnologia da informação, e a Polymar, de Fortaleza (CE), eleita a Empresa Graduada (que deixou a incubadora), pelo desenvolvimento e produção de alimentos funcionais e suplementos alimentares.

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